A VILA DE MONTEMOR-O-VELHO

SITUAÇÃO GEOGRÁFICA

Ponto mais alto:

Monte de S. Gens com 97m.

 
Acessos:
A Freguesia é cortada pela EN 111.
Apeadeiro da linha de caminho-de-ferro Alfarelos-Figueira da Foz. -
Troço do IP3 que liga Santa Eulália a Trouxemil e que tem um nó de ligação a Montemor-o-Velho.

 
Distâncias:

25 Km de Coimbra
16 Km da Figueira da Foz
225 Km de Lisboa e
145 Km do Porto



HISTÓRIA

No lugar da Senhora do desterro foram encontrados vestígios que atestam a presença romana neste local. Algumas destas peças encontram-se expostas no Museu Municipal da Figueira da Foz. Na base da torre de menagem foram utilizados blocos de cantaria encontrados. No Museu Machado de Castro está a lápide de Lúcio Cádio Cela. Foi também encontrada uma lápide de Júpiter. Uma pedra bárbaro-popular atesta a presença dos Visigodos.
Durante o século VIII a península foi ocupada pelos mouros o que originou um período de lutas intensas. Tendo uma situação estratégica e privilegiada na linha do Mondego o castelo de Montemor desempenhou um papel importante. No ano de 878 Coimbra foi tomada por Afonso III o que originou o repovoamento de Montemor. Mas passados poucos anos (990) o castelo é novamente recuperado por Almançor que o dá ao governo de Froila Gonçalves. Os cristãos voltam a conquistar esta terra no reinado de Afonso V para em 1026 voltar a cair nas mãos dos mouros. É com Gonçalo Trastamires que, em 1034, se recupera Montemor para território cristão e se reconquista de forma definitiva a linha do Mondego.

É no ano de 1095 que o governador de Coimbra, D. Raimundo, aproveitando a calmia, concede uma carta de povoação. Mas um novo ataque dos mouros em 1116, destrói o castelo de Santa Olaia pondo em perigo o de Montemor que consegue resitir. Em 1117 o castelo é reedificado. D. Teresa e D. Sancha receberam de seu pai, D. Sancho I, a doação do senhoria de Montemor-o-Velho e em 1212 concederam-lhe foral. D. Afonso III no ano de 1248 confirma o documento. A povoação era pequena durante a Idade Média pois estava limitada pelos muros do castelo e a área que os circundava. Nesse tempo as freguesias existentes eram Santa Maria Madalena, Salvador, Alcáçova, São Martinho e São Miguel.
É neste castelo que se decide por termo à mais bela história de amor da história de Portugal. O rei Afonso IV irá para sempre escurecer o seu reinado com a morte da jovem Inês de Castro, mãe de seus netos bastardos, enamorada por seu filho D. Pedro, futuro rei de Portugal. Foi a 6 de Janeiro de 1355 que reunido o conselho do monarca se decidiu acabar com a vida desta mulher.
O "concelho e termo" de Montemor-o-Velho recebeu foral novo de D. Manuel I em 1516. Neste foral está patente a grande importância económica da região, cuja actividade principal era a agricultura que se fazia nos campos da margem do Mondego. O transporte da produção aqui recolhida era feito de barco para vários pontos do país já que se podia navegar no Mondego. Neste período a vila cresceu muito seguindo a prosperidade económica. Aumentou o seu casario e também se ergueram alguns solares e igrejas. Um dos importantes homens desta terra foi Fernão Mendes Pinto que daqui saiu para Oriente. Aqui morreu e foi a sepultar, na Igreja do Convento dos Anjos, Diogo de Azambuja. destaca-se também Jorge de Montemor, poeta.
Com a elevação a vila da Figeuria da Foz o termo de Montemor é reduzido, facto que associado ao assoreamento do rio provocou a decadência da vila, no início do século XVII.Mas uma nova era de progresso surge com a "revolução do arroz".
O sopé da encosta do castelo acolhe a população nos séculos XIX e XX. E apesar das grande cheias provocadas pela subida das águas do Mondego, o tempo de paz libertaram os limites do castelo a uma nova povoação. Apenas na década de setenta são controladas as águas do rio que provocavam as cheias, com a regularização do seu caudal.



O CASTELO

O castelo poderá ter sido edificado durante o século X, ainda antes de criada a nacionalidade. Supõe-se que o pai de D: Teresa, D. Afondo VI de Castela, o terá restaurado, modificado e ampliado. No século XIV o edifício sofreu uma grande reforma que o tranformou no castelo que chegou aos nossos dias. O conjunto integra um cercado na la norte com um reduto inferior que lhe está associado, cerca principal, castelejo e barbacã envolvente. As bases da Torre de Menagem integram silhares romanos, constituindo a parte mais antiga do castelo. Provavelmente a sua cosntrução remonta à Alta idade Média. Também muito antigas são as torres de defesa junto à Porta do Rosário. Supõe-se que tenham sido edificadas no século XIII, época das infantas.
Registam-se ainda mais duas portas localizadas na barbacã: a Porta da Peste e a Porta do Rosário.
Do aproveita-mento do espaço entre a cortina norte de muralhas e a torre de menagem surge o castelejo. No seu interior ergue-se a Igreja de Santa Maria da Alcáçova. No lado nascente foi construída a Torre de menagem com aberturas ogivais, dois pisos e estrutura quadrada. Aquilo que resta do Palácio das Infantas fica próximo da cerca principal. Provavelmente terá tido uma última reforam da responsabilidade de D. Urraca, na época manuelina. A cerca nova foi elevada no lado norte que terá servido para protecção das gentes campesinas e seus gados. é neste espaço que se pode ver o que resta da Capela de São João, ligada à lenda do Abade João. Próxima fica a torre que alberga o relógio da vila. este castelo surge como uma das fortificações portuguesas de maior envergadura tendo representado um papel fundamental durante a reconquista cristã que resgatou o território aos árabes. Nos inícios da nacionalidade foi também um importante polo dinamizador do repovoamento da área do Baixo Mondego.
Mais recentemente (1994) fizeram-se algumas obras de recuperação e consolidação das muralhas. Foram também ajardinadas algumas partes interiores e colocada a iluminação.
O castelo foi classificado como Monumento Nacional pelo Decreto de 16-06-1910.



A VILA

A vila desce em ruelas estreitas pela encosta do castelo. É nos becos e nas escadinhas que a beleza aumenta e chama a atenção de quem passa. As igrejas de Santo António e da Madalena foram edificadas junto às muralhas do castelo. A Capela de São João foi erguida no cercado norte. Fundada durante o século XI, a história ligou-a às lutas contra os mouros, nomeadamente aos feitos heróicos do Abade João. O Hospital Velho situa-se na Praça da República. Apresenta fachada seiscentista e no interior destacam-se as tábuas quinhentistas do Mestre do sardoal. Actualmente alberga o Lar da Misericórdia.

Começa-se logo pela Igreja de Santa Maria da Alcáçova. Depois a Igreja da Misericórdia, a Igreja dos Anjos, o Convento e a Igreja de São Martinho.

Para ver há uma exposição permanente de Arte Sacra no edifício da Santa Casa da Misericórdia. Existem, frequentemente diversas exposições de escultura e pintura e sessões musicais nos bares da vila.
Ao longo do ano realizam-se vários eventos e festas. Destacam-se o festival de teatro Citemor, a Feira de Artesanato, as Marchas Populares, a procissão do Senhor dos Passos, as Festas Concelhias, o Concurso Vestido de Chita, os desfiles de moda integrados na Montemor Fashion, e algumas actividades escolares.




NATUREZA


O Paúl do Taipal é uma zona alagadiça, o que o torna no habitat privilegiado de diversas espécies de animais. Estende-se ao longo de 50 hectares. Sendo dividido pela Vala Real. A Vala Leste e a Vala do Monte são dois dos seus limites.


O caniço e o bunho integram a flora autóctone o que a torna semelhante à que se encontra no Paúl de Arzila.


De pontos elevados é possível admirar a beleza do local e ver também algumas partes inundadas e não cobertas pela vegetação.
Já foram identificadas muitas espécies que habitam este espaço, mas destacam-se a carpa, a enguia, a lontra (espécie em vias de extinção). Das aves referem-se as garças, os galeirões e os patos.



FESTAS E FEIRAS PERIÓDICAS

8 de Setembro é a data da Feira Anual que coincide com as Festas Concelhias e o feriado municipal. Foi o Infante D. Pedro, senhor de Montemor-o-Velho, que instituiu a feira franca, em 1426, que na altura durava de 1 a 15 de Setembro. Decorrem ainda neste período a Feira do Cavalo e a venda de produtos típicos da região.

Ao longo do ano, realiza-se a feira quinzenal à 4ª feira, quando são comercializados produtos agrícolas, alfaias agrícolas, artesanato, vestuário.



Festas e Romarias

S. Brás no primeiro domingo de Fevereiro;
Nossa Senhora da Paz em Fevereiro (Moinho da Mata);
Nossa Senhora da Graça em Julho ou Agosto;
Senhor dos Passos no fim de semana anterior à Páscoa.Realizam-se ainda as seguintes festas:
Feira do Livro em Março;
Marchas Populares a 13 de Junho;
Feira de Artesanato em Dezembro;
Concurso Vestido de Chita em finais de Agosto;
Festival de teatro Citemor em Julho-Agosto.


Texto de Salomé Joanaz especialmente para o regiaocentro.net

LINK: http://www.regiaocentro.net/lugares/montemorovelho/



MAPA DE MONTEMOR-O-VELHO

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VIDEO DE MONTEMOR-O-VELHO
































CENTRO DE ALTO RENDIMENTO DE MONTEMOR-O-VELHO




CENTRO DE ALTO RENDIMENTO - ESTUDO DE VENTO





DADOS ESTATÍSTICOS