A sua existência é referenciada no séc. XVII (em registos de Baptismo) e, no XVIII, como local de culto Divino.
Alguns cronistas referem ser a Capela do ex-Real Colégio das Ursulinas. E uma afirmação errada. As Ursulinas tinham Capela ou Igreja privativa com a invocação de "Nosso Senhor das Chagas” a “Sul da Quinta de S. Luís e a Poente da rua da Torre”.
Logo, os azulejos encontrados nos celeiros da Quinta, em princípio, são da capela de S. Luís e não das Chagas. Esta, ficava distante, e, nas vistorias, não são referenciados azulejos.
Em 1743, D. Francisco Botelho, casado com D. Catarina Maria das Chagas e pai de D. Luiza Maria das Chagas e de D. Maria das Chagas (fundadoras da Casa de Recolhimento, mais tarde Real Colégio das Ursulinas), peticiona ao Bispo-Conde de Coimbra “vistoria para uma Capela que tem na sua Quinta com a invocação de S. Luiz, afim de n’ella se poder celebrar Missa”;..." esta está junto das habitações, separada, mas com portal para uma baranda”.
Em despacho do Promotor, Dr. Souza, concede-se Provisão ao Reverendo Vigário de Pereira, o Padre. Manuel Rodrigues de Carvalho, para efectuar vistoria requerida.
A 28 de Fevereiro de 1743, o Vigário de Pereira informa o Promotor da Câmara Eclesiástica de Coimbra nos seguintes termos: "... vi a capella de que se trata e no material está decente, porque está forrada e soalhada, só tem uma porta, que necessita de se fixar de pedra e cal por algúa indecensia e pode advir; tem porta pa baranda e desta pa rua, o altar achei desentemente, composto com seu frontal de damasco encarnado e vestimenta do mesmo lote, alva, amitto e cordão, manípllo e estolla tudo novo, pedra de ara, toalhas, cálix e bolças de corporais duas e corporais limpos, e pallas de linho com todo aseio e na mesma achei um paramento roxo em bom uzo..."
Esta informação, após análise, mereceu do Promotor, Dr. Souza, um despacho dirigido ao Padre Encomendante de Pereira para se "... benzer a capella, altar e images ... passe-se licença para dipois de se benzer se celebrar n’ella o Altíssimo Sacrifício da Missa”.
Em Pereira, S. Luís foi objecto de culto, culto invocado pela população e administração do Real Colégio das Ursulinas aquando das Invasões Francesas em 1810. O General Massena em atenção a S. Luís (Padroeiro da França) não praticou o “vandalismo” usado em outros povoados.
Fonte e agredecimentos especiais: Arquivo Municipal de Montemor-o-Velho
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