25 de março de 2011

“A câmara não pode dar-se ao luxo de tomar medidas meramente eleitoralistas”

Emílio Torrão é vereador do PS na Câmara de Montemor-o-Velho e presidente da Concelhia do mesmo partido. Sem Luís Leal na corrida, admite, os socialistas têm a vida mais facilitada, nas próximas autárquicas.


P- Sociologicamente, Montemor-o-Velho é socialista. No entanto, a coligação PSD/PP tem governado com maioria absoluta…

R- Há um eleitorado muito fiel ao PS. Agora, há um eleitorado flutuante que vota naquela pessoas que entende estar mais bem posicionado para defender os seus interesses, naquele momento. E o atual presidente da câmara tem sabido conquistar esse eleitorado.


P- Luís Leal não pode recandidatar-se. Isso pode representar uma oportunidade para o PS voltar ao poder?

R- Não nego que a tarefa pode estar mais facilitada, mas temos consciência que o povo é um juiz atento, e, por isso, temos que nos esforçar muito e continuar a fazer o trabalho que estamos a fazer.


P- Vai recandidatar-se à câmara, nas próximas autárquicas?

R- A minha pessoa está disponível para servir o PS. (Mas) a escolha do candidato não se faz pela vontade de candidato, faz-se pelo trabalho de prospeção, pela escolha das melhores figuras.

P- Que problemas do concelho reputa de principais?

R- A forma como a câmara está ser gerida, sob o ponto de vista financeiro, é preocupante. Há muitos desperdícios. Um deputado municipal fez um estudo e concluiu que, em dois anos, foram feitos fora da câmara projetos num valor superior a um milhão de euros: isto é uma verdadeira loucura!


P- A câmara tem recursos humanos para fazer esses projetos?

R- É evidente que alguns projetos têm de se mandar fazer fora, mas o problema é que muitos deles não se concretizam. Outro exemplo é a forma como foi gerido o aumento da água. Há uma perda de receitas brutal porque a atualização que agora foi feita resulta da aplicação cumulativa. A câmara não pode dar-se ao luxo de tomar medidas meramente eleitoralistas. Há outro problema, que é a inoperacionalidade da maioria na criação de emprego local.






In "Diário as Beiras" dia 23/03/2011