4 de março de 2011

A estrutura dos edificios - Fissuração e Trincas

Trincas e fissuras ocupam o segundo lugar entre os defeitos mais comuns na construção civil, perdendo apenas para os problemas de humidade.
Estas são causadas pela movimentação dos materiais e componentes da construção e, em geral, tendem a acomodar-se. Podem ainda ser consequência da ocorrência de vibrações nas áreas envolventes.
Somente devem causar preocupação quando sua abertura ultrapassa 3,2mm.
    
Apesar de ser difícil avaliar o problema sem conhecer a situação, normalmente as trincas de lajes que denunciam fragilidade na estrutura podem ser identificadas quando formam ângulo de 45º em relação à laje, são próximas aos cantos e se dirigem ao centro da laje.
Outro tipo que apresenta risco é a trinca que não toca a parede. Fissuras em forma de flor próximas a um pilar ou as que lembram flechas também merecem cuidado. Já trincas isoladas, que atinjam a parede, não devem oferecer grande preocupação.
Para tentar eliminar problemas dessa natureza de pequena grandeza, sugere-se:

            a) para pequenas fissuras, a solução tradicional é retocar o reboco usando argamassa ou massa acrílica, mas as fissuras podem  vir a reaparecer. Outra alternativa é passar tinta elastomérica pura no local e depois aplicar duas ou três demãos do mesmo produto, diluído conforme indicação do fabricante.
            b) para pequenas trincas, formar, sobre ela, um "V", com uma ferramenta chamada abre-trinca, ultrapassando 10cm em cada extremidade. Limpar a superfície e aplicar fundo preparador de paredes. Preencher a fenda com sela-trinca ou argamassa e colocar uma tela de poliéster. Acertar com massa e usar tinta elastomérica.

Mas afinal o que são trincas?
São aberturas em forma de linha, classificados de acordo com a espessura, e não quanto ao comprimento.
Fissura: abertura de até 0,5 milímetro.
Trinca: de 0,5 mm a 1 mm.
Rachadura: de 1 a 1,5 mm.
Fenda: superior a 1,5 mm

Se  localizarem aberturas na estrutura da edificação, verifiquem os seguintes aspectos:
  • se estas se encontram em elementos estruturais: lajes, vigas, pilares (no caso do sistema autoportante, em alvenarias de sustentação).
  • se a peça lesada está submetida a processo de deterioração causada por agente externo (infiltrações de água, por exemplo).
  • se a anomalia está a progredir. Isso pode ser feito com uma marca de lápis grosso em cada extremidade da abertura ou até mesmo utilizando um testemunho de gesso.
  • qual o tamanho da abertura.
Em edifícios altos, é comum o aparecimento de fissuras e trincas nos andares mais próximos ao topo, devido à acção do vento sobre os elementos da estrutura.

In "Manual Saúde dos Edifícios - CREA/SP"